Razão pela qual não falo de amor, ando ocupada sentindo

Até o mais bobo sabe que quem fala muito de amor, acaba não tendo tempo para amar. Que as palavras tomam conta dos atos, resumindo em meras frases de efeito. Que o agir vale mais do que qualquer anúncio ou declaração romântica. Shakespeare poderia ter amado mais se não houvesse desperdiçado as horas contando histórias de Romeu e Julieta. Perderíamos assim os contos mais bonitos já feitos, já que os poetas estariam muito preocupados em fazer felizes suas respectivas amadas. Estariam passando as tardes em passeios de mãos dadas e não gastando suas caligrafias. Porque o amor parece estar presente nos versos bonitos mas, na verdade, encontra-se nos corpos sorridentes por aí. Parece maravilhoso nos capítulos dos livros clássicos, porém é ainda mais nos cafés-da-manhã tomados juntos. Qualquer bobo sabe que enquanto alguns narram, os outros agem. Que amor é caminhada, não roteiro. Que é real e não história. Que existe, não só em literatura, como na vida. Essencialmente na vida. Está diante de nossas mãos para ser vivido na sua forma mais pura e abstrata. Feito mais de respeito e carinho, que de palavras.

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