Sintomas da paixão

Coração acelerado, pernas bambas, borboletas no estômago. Bom, é o que dizem que se sente quando estamos apaixonados. Meu coração agora parece quase saltar garganta afora. Minhas pernas formigam demonstrando sinais de que a qualquer momento podem me deixar cair. Acho que mil borboletas se apossaram do meu estômago. Todas aqui dentro, comprimidas. Fazendo alvoroço e deixando-me com um enjoo incomodo. É isso então, posso considerar-me apaixonada produção? Break! Vamos para os comerciais. Foi um choque descobrir isso nesse momento. Um copo d’água por favor produtora, me sinto extasiada. Pra que paixão, logo agora, que pensei ter dado um novo rumo pra minha vida, longe desses sentimentos tolos e de pessoas mais tolas ainda. É uma droga mesmo, lá vem tudo outra vez… Você ouve o nome da pessoa de quem gosta e sorri. Você sorri se a vê nos sonhos, na sombra do Sol ou porque os traços do rosto dela são parecidos com o do ator principal da novela das oito. Você a vê sem a ver, sorri mesmo por não ver e sorri mais ainda quando a vê. Você dedica as últimas folhas do caderno para mimos e pequenas declarações. Os textos que passa a escrever são baseados nela, mesmo que o começo seja com um pouco do passado você dá uma de diretor bipolar de um filme de romance e muda totalmente o rumo da coisa. Você perde o controle da situação. Perde o controle de si. De tudo! Perde o controle das horas, o tempo que já era pouco para dedicar-se aos estudos se torna escasso e você só pensa em ouvir a bendita música que faz lembrar do maldito dia em que se conheceram. Legal, até agora tudo foram flores, cheiro bom, abelhinhas em volta… Tá legal! Vamos procurar os espinhos. Vamos lembrar de quando o bendito fulano resolveu me acordar às quatro da manhã com mensagens que eu nunca desejei ter lido. Me largar porque queria curtir a vida? Foi tão óbvio. Poderia ter tentado ser um pouquinho diferente dos outros. Como? Eu não sei. Só esperava mais, sabe? Na verdade, não me largou! Só optou por não me querer mais. É impossível largar algo que não é nosso e eu definitivamente nunca fui dele (apesar dele sempre ter sido muito meu, pelo menos aqui dentro do peito era). Ele resolveu ir. Eu pedi que ficasse, mas não tinha escolha alguma a não ser aceitar. Quanto tempo se passou? Um mês? Um mês e meio? É, pouco tempo pra ela tê-lo largado também. Que bonitinho, o cachorrinho perdido (ou não tão perdido assim) de volta ao lar. Me desculpe, não adianta arranhar a porta pra entrar. Teu pote de ração agora tá vazio e, querido, que fique aí fora. Não vou te deixar entrar, não mais! Aprendi então duas regras em relação à essa decepção que talvez eu possa levar comigo para decepções futuras: Eu poderia simplesmente aceitá-lo novamente, deixar que bagunçasse a minha vida toda da mesma forma, que me fizesse resgatar um sentimento já um pouco esquecido e depois quando a outra pessoa o quisesse de volta ou ele simplesmente arrumasse alguém que julga ser melhor, me abandonar, me deixar, como antes. Ou então dessa vez eu o deixaria só, o largaria e foda-se. Que aprendesse a se recompor como eu fiz quando fui deixada na mesma situação. E ter a certeza de que só vou aprender a caminhar com as minhas próprias pernas quando deixar a pessoa que me sustenta pra trás. Pra que ajudar alguém a levantar quando foi ela que já me deixou no chão um dia?

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